sábado, 29 de novembro de 2008

Uma inverdade conveniente.

Cada caminhada pelas ruas desta cidade deixa mais convicta minha sensação de estado caótico a qual encenamos nosso cotidiano. Não que já houvera paz entre os homens. Pelo contrario, nossa história é uma grande narrativa épica de guerras, revoluções, conflitos banhados com sangue e violência desmedida. Mas, há um fenômeno latente entre nós ultimamente: as aparências.

Não é segredo discorrer sobre as varias fases da paisagem social e deparar-se com contradições inimagináveis. Porém, a própria discrição esconde a vontade e descobrir o obvio: somos essencialmente egoístas, manipuladores, mentirosos, ego centristas e adoramos os atos ilícitos, mesmo nunca demonstrando tal afinidade. Mas não se preocupem, não estou destruindo os heróis altruístas que vem na bondade a saída para os problemas da sociedade. Na verdade eles existem, entretanto, não são humanos, pelo menos os humanos tradicionais, cheio de sentimentalismos e irracionalidades. Estes são humanos novos ao qual privilegiam os outros ao invés de si. Caso não tenha percebido, essa é uma evolução (se é que é) da raça que contradiz o espírito de extinto animal de sobrevivência e pões-se em risco pelos outros. Como diriam os escritores modernos: “essa raça é uma evolução oriunda da atividade social moderna que é rápida e tende a acelerar até o sistema natural das coisas”. Sendo assim, a raça natural humana, ou seja, a ainda majoritária é vulnerável e tende a se esconder atrás de máscaras sociais.

Portanto, o conjunto dessas máscaras difundidas constrói uma sociedade que não é o que aparenta ser. Não somos iguais. Não temos os mesmos direitos. Não somos bonzinhos. O estado não para o a povo. A polícia não é para nos proteger. Não somos livres. Não somos organizados. Não somos religiosos. Não somos inteligentes. Não somos racionais. Stephen king já nos colocou em um frenesi onde o extinto sobrepuja as leis e as ordens, e o resultado é a loucura pura e simples. Tirem as mascaras e soltem os animais, pois é o que somos. A nossa organização exige como colágeno a nossa hipocrisia. Somos a sociedade, e quando ela mostra sua fase caótica e animalesca, é quando esquecemos as aparências e voltamos a ser humanos.

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