segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Minha prematura apologia à ciência.


História é o período de vivência do homem num ponto do tempo, perdido na imensidão da eternidade, que um dia perecerá e se extinguirá quando o ultimo suspiro aquecer e mover a exterioridade. Sendo assim, a história sempre será nosso arcabouço diante das questões que nos aflige; um dicionário dos fatos, a medida norteadora das nossas ações, o refúgio dos nossos pesares, a nossa busca pela existência e permanência neste cosmos. Por isso, atrevo-me a utilizar essa ferramenta para elucidar os pobres indivíduos embriagados pelo cálice de cristo que ignoram a importância e a emancipação adquirida pela humanidade.
Somos pensadores, e conseqüentemente, filósofos por excelência. Sempre em busca de elucidar as questões acerca da existência, vivência e extinção dos seres. Essa procura incansável por respostas nos trouxe outras perguntas que confundiu e confunde nossa mente, indo além da nossa compreensão, fazendo-nos crer estarmos aquém da verdadeira capacidade intelectual, e isso, propositalmente ou não, nos leva ao beco sem saída da ignorância. Mas nosso ego é maior que a idoneidade, daí às premunições caluniosas se esta a um passo. Não temos culpa dessa derrocada milenar, estamos apenas acompanhados pela esperança, sem nenhum respaldo divino, pelo menos durante estes dois mil e oito anos passados. Porém, mesmo antes, os que ainda nem tinham leituras divinas como guias, percebiam como o mundo estava ali a ser desbravado, conquistado pelas mãos e pela história. E o homem, ali despejado pela evolução ou pelo Criador, lá estava sozinho com terra e céu como limites físicos e a retaliação ideológica como limites emocionais. O mundo e o universo não existiram por milhares de anos. Como os animais, naquela época, respeitávamos nossa capacidade e o tempo, mas este paradigma não permaneceu durante muito tempo. Logo saímos, conquistando o conquistado, explorando os explorados, eliminando os indesejados ou os fracos e inferiores como Darwin uma vez deduziu a natureza. Somos nosso próprio inimigo e decadência, os fatos não mentem. A causa que iniciará o apocalipse não virá dos confins do inferno, mas dos monstros que criamos e criaremos. O fim será só o começo.
Sempre fui um idealizador, por mais perigoso e ineficaz que transpareça, sempre fantasiei e sempre errei minhas hipóteses, mas não porque estivesse enganado, e sim, por não analisar corretamente todas ou incansavelmente as variáveis que juntas culminaram no fato. Aprendi com esta fraqueza que não sou um perfeito humano, pelo menos ainda não. Eu sou um semi-humano como a maioria os é, ou seja, ainda não atingi o maior grau de complexidade da escala evolutiva. Infelizmente, eu ainda faço parte da comunidade dos indivíduos que destroem este planeta.
Por mais racionais que pareçamos juntos somos o caos e a desordem. E é essa a luta travada pela humanidade atualmente. Há tempos tentamos ser iguais ou neutros, mas em vão, caímos no poço da intolerância e não conseguimos abolir a subordinação. Por isso, assim, vos digo: na conjuntura atual o condicionamento é imprescindível e pior, nunca o homem viveu em uma estrutura comum, sem hierarquia ou sem a utilização do poder. Ou seja, no mundo apenas existem os que nasceram para governar e os que nasceram para serem governados. Por isso, para legitimar essa ordem e em nome do progresso, instaurou-se no mundo um sistema flexível à alienação e a corrupção que subestima nossa inteligência e encarrega ao povo, à massa que a alta se encarrega de alienar, o poder de “decidir” o caminho a ser tomado. A democracia é do povo e o poder é da burguesia. A revolução é do povo e a França é da burguesia. Há tempos as coisas não mudam.
A filosofia nasceu como pergunta e a ciência nasceu como resposta. Não queremos ser Deus, apenas queremos entender o que ele “criou”. A ciência não é fria, é calculista. A ciência não é neutra, é manipulada pela ordem e pela mente. A ciência não é a vilã de nada, mas apenas a vítima de um contexto. Como a religião o é. Como a música o é. Como o mundo o é. Não há inocentes ou desviantes. Estamos à mercê das leis de Maquiavel, mesmo que ninguém admita. O mundo continua girando, a história se desenrolando e os homens manipulando-se entre si. No dicionário do universo isso significa sobreviver.

P.S. “No princípio, Deus Criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse ‘faça-se a luz!’ e a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa, e separou luz das trevas. Deus chamou a luz de DIA, e às trevas NOITE. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi assim o primeiro dia.”

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