domingo, 9 de novembro de 2008

Os zumbis conscientes.

A única coisa que sei é que um dia meu corpo e minha mente cansarão de presenciar as injustiças desse mundo e nele se fundirá ate o retorno dos tempos ao ponto zero. Na verdade, sei mais que isso, mas a certeza, na atual conjuntura, ou seja, rápidas mudanças num curto espaço de tempo, é tão volátil quanto à própria existência. Não há mais verdades absolutas, as coisas (ideologia e matéria) são construídas com o intuito de serem destruídas ou rebaixadas o mais rápido possível. A desordem é a única lei seguida à risca pela sociedade e o homem continua sendo seu próprio inimigo. Portanto, o homem constrói uma sociedade sem acreditar nela, pois ele mesmo a destrói todos os dias para construí-la a outra vez com o mesmo propósito – autodestruição.
No livro 1984 de Orwell, o totalitarismo perfeito é constituído de pessoas ignorantes, trabalhos forçados num contexto de guerra continua. Para mim, caros desavisados, não há nenhuma diferença gritante entre a realidade descrita no livro e a atual. Obviamente, a estrutura vigente mascara sua própria aparência e torna mais ameno o processo de escravidão e ignorância, mas, curiosamente, deixa à mostra a guerra civil que tanto nos assusta diariamente. Isso mesmo, assustar é o objetivo de mostrar nossas próprias feridas. Tornando-nos fracos, frágeis e vulneráveis ao nosso próprio medo. Acabamos exilados dentro de casa. Somos prisioneiros e o carcereiro é o estado moderno. Não é segredo que o surgimento do estado moderno está ligado diretamente com a ascensão e legitimidade do sistema capitalista, sendo assim, a estado democrático esconde a verdadeira aparência e função dessa instituição administrativa: preservar a ordem (ou seja, preservar a propriedade privada e o sistema de produção, consumo e acumulação), elaborar leis (que legitimem e preservem as estruturas consolidadas), intermediar as negociações entre a massa e o capital, logicamente preservando o capital e dilacerando a massa, sendo assim, oprimindo os indivíduos que constitui o próprio estado. Então, o estado não tem nada de democrático.
A realidade é que grandes organizações financeiras e empresariais comandam as estruturas mundiais, para não dizer mundo, de tal forma que estas decidem a direção a ser seguida. E para continuar no Poder, esse cartel mundial maquiavélico constrói um estilo de vida a qual seguimos involuntariamente. Qual seria este estilo? Olhe a sua volta! Tudo ao seu redor gira em torno do consumo, ou você não comprou tudo isso? E por que consumimos?
Simplesmente necessitamos de poucas coisas para viver como comer, beber, residir, ter vínculos e relações com outras pessoas, e trabalhar para conseguir os itens anteriores. Porem, hoje somos alvos de um bombardeio ideológico que nos proporciona necessidades, ou seja, existem corporações que implantam nas nossas cabeças, por maio da propaganda, de filmes, musicas, livros, fotos, jornais, e por qualquer veiculo que transporte uma mensagem concreta e subliminar, um estilo de vida consumista, contudo, sem sentido algum. Somos escravos e não sabemos ou pelo menos a maioria não sabe. O terrorismo social também deveria ser contido.
Quando leio o jornal ou assisto o melo drama dos jornais televisionados não vejo nada mais que baboseiras atrás de baboseiras. O quarto poder existe e quem não sabe quais são os três poderes antecedentes está na lama da ignorância. A mídia tem o papel fundamental em todo esse processo. E você, desavisado, esta no meio do fogo cruzado. Quando aquela atriz famosa usa aquele vestido diferente ou acessório qualquer, imediatamente, os olhos delas enviam cérebro uma mensagem para determinada parte do cérebro, logo vem os delírios e a ansiedade. A pupila dilata e a boca enche de água. É como um vício incondicional. A abstinência esvazia o cérebro e as ações tornam-se tão mecânicas e involuntárias que o individuo acorda apenas quando o mau esta feito.
Não somos livres, desavisados, somos escravos e estamos submetidos a uma estrutura tão complexa e maquiavélica que um único individuo não é capaz de entender. O Poder absoluto é o objetivo deles. Mas quem são eles?
Eles são uma parte do todo que adquiriu consciência única e tornou-se um só. Um corpo consciente sem corpo ou rosto. Um fantasma assombrador e manipulador que paulatinamente nos rouba a consciência e se esconde atrás das cortinas. Eles estão nos observando. Eles estão entre nós.
Realidade significa a propriedade do que é real. Aquilo que é, que existe. O atributo do existente. Então o que a maioria ver não é realidade por que o real esta mais além do que os olhos vêem. Infelizmente, cada vez mais a consciência diminui, e isso é proporcionado conscientemente, por mais contraditório que pareça. Somos burros por causa da inteligência de poucos. Porém, somos muitos, mas não temos consciência do nosso poder, pois o real superficial nos amansa e nos separa. Somos a comunidade dos individualistas. Somos zumbis com um pouco de consciência, pois homens, de fato, não somos mais.

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