quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Não há lugar como nosso lar.


Com certeza, as narrativas épicas de conquista como as da antiguidade clássica no livro de Homero; a ambição desenfreada de Alexandre o grande, Napoleão Bonaparte, Adolf Hitler e todos os imperadores romanos nos dão idéia de longevidade do espírito de dominação humano diante dos fracos ou indefesos. Na realidade é evidente que esta sede por poder esta impregnada no espírito humano, pois, quando a Europa ainda nem almejava a riqueza America que tanto a desenvolveu, aqui neste solo já havia impérios com características semelhantes, no que diz respeito à estrutura política de conquista de território, englobando tribos menores, fazendo escravos e construindo cidades com a arquitetônica que iludisse um império forte e indestrutível. Portanto, o espírito de conquista, as estratégias intelectuais e materiais que as Legitimam e as agressividades militaristas constituem um dos maiores clichês da humanidade.
Atualmente, o grande conquistador é o Estado-nação e o território a conquistar é o Mundo. Obviamente, estabelecer o cenário atual é mais complexo do que séculos atrás devido ao grande numero de atores e suas interdependências. Porém, identificar o antagonista e a vitimas não requer grande esforço, pois o grande capital é exibicionista e o povo é grande demais para esconder suas feridas.
A idéia de uma aldeia global onde são expurgados os regionalismos, ou seja, características de um determinado espaço, para a construção de um caráter único de estilo de vida não é aceita de forma passiva. Pelo contrario, existem resistências continuas que o capital internacional enfrenta em cada parte da terra. Ou seja, a tal falada globalização, que Haesbaert ironiza ao dizer que a palavra é mais popular que a idéia, é imposta continuamente através da diplomacia estatal capitalista ou mesmo pela guerra. O fato é que a mundialização, como diriam os franceses, é uma batalha entre a estrutura mundo contra o lugar, ou seja, a destruição do patriotismo, nacionalismo do apego ao lugar para ascensão do orgulho terreno.
O que falta para legitimar a constituição desse panorama mundial é simplesmente uma injeção de afetividade, pois, os que defensores não escondem o caráter economicista do projeto aliado à concentração econômica e política. Não há como cobrir o abismo social e econômico produzido pela globalização, ou seja, nunca houve tanta pobreza, violência, desemprego, desequilíbrio e dependência nos bastidores do cenário global. Na verdade há muito mais tumulto no mundo do que enxergamos diariamente, pois a mídia é manipulada de tal forma a iludir a realidade, ou seja, deformar a visão do cidadão.
Não há nada nesse texto que eu já não disse ou outro disse. Mas nele quero demonstra minha repugnância ao capitalismo, à globalização e aos cidadãos do consumo. Não há outra conduta se não a de ghandi, ou seja, paulatinamente deve-se atacar o sistema através da simples inércia. Sem dúvida, precisamos urgentemente do princípio do satyagraha (ou “caminho da verdade”), pois conhecendo o todo podemos atacá-lo de forma eficaz e fatal. Não tenho partido político, religião, credo e sei das minhas imperfeições, dos meus defeitos e que todos somos um pouco hipócritas, aliás, a sociedade o é. Porém, não há lugar como nosso lar, por mais desconfortável e obscuro que ele seja.

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